Imigrações

INTRODUÇÃO

O trabalho que apresento está dirigido a um leitor pouco familiarizado com o tema, mas ao mesmo tempo interessado no conhecimento de uma série de acontecimentos históricos que enfrentam a dois mundos considerados antagónicos. Estes fatos costumam-se incluir dentro das análises da problemática do final da antiguidade e das transformações que nela se produziram, dando passo ao que conhecemos como Medieval. Isso leva implícito definir culturas e fenômenos complexos - as vezes ambíguos - mas determinantes na transação entre as duas grandes etapas históricas. Igualmente força-nos a partir de conceitos e axiomas como migrações, invasões e bárbaros, através dos quais se explicam os movimentos de todo um conglomerado de povos de diferentes procedências e características, as causas que os motivaram e seus desencadeantes históricos.
Ainda que os germanos fossem dentro do fenômeno das migrações o elemento mais importante e seus reinos os herdeiros dos territórios e a organização do desmembrado estado romano, o contato durante séculos com outros povos - asiáticos celtas e inclusive romanos - e a presença destes nos diferentes reinos, nos obriga a ampliar o horizonte de estudo. Por outra parte, os conceitos de migração e invasão neste caso são inseparáveis, vai que os movimentos de povos estiveram dirigidos para uns fins concretos, fundamentalmente o da apropriação de um território ocupado já por um estado (e ao mesmo tempo invadido anteriormente por seus ocupantes); as consequências desencadeadas obrigam-nos, depois, a recusar como única a ideia da existência de uma migração e a lhe dar mais um tratamento paralelo de invasão, com a ideia de violência que o termo implica.
A veracidade de nossas fontes de informação choca atualmente com dois problemas que nos obrigam a nos mover em muitos casos no terreno da hipótese: a incerteza da arqueologia e a precariedade dos textos. No ultimo caso, temos que ser