Imagem
Neste excelente livro o autor relata minuciosamente o que se passou com a descolonização de Angola.
Sugerimos vivamente a sua leitura a todos aqueles que estão interessados em saber a verdade sobre a descolonização e guerra em Angola. Como o livro tem copyright e não será fácil de adquirir àqueles que vivem em Angola, solicitamos a complacência da Editora e do
Autor. Obrigado.
Pag.80 - 83. A vida continuava com normalidade até que em princípios de Março me chegam notícias através de subordinados que mantinham relacionamento apertado com as populações e sanzalas onde alguns até tinham familiares, de que novos acontecimentos iriam ter lugar em Angola.
Depois do 4 de Fevereiro, por mais de uma vez já tínhamos detectado rumores que apontavam nesse sentido, sem contudo haver especificações em como, onde e quando.
Os boatos eram muitos e apesar de inconsistentes e vagas estas notícias, dada a sua insistência convergente, achei meu dever informar Nova Lisboa e o
Quartel-General em Luanda. Fi-lo por volta do dia 10 de
Março, em mensagem cifrada utilizando o velho morse, sendo a cifra ainda elaborada por um conjunto de letras e números, que através de chaves que mudavam periodicamente, permitiam a descodificação.
Sabia-se que a Administração Americana do Presidente
Kennedy continuava a insistir na modificação da política Portuguesa em relação às suas colónias africanas, tendo em vista a sua independência.
Em Angola apoiava a UPA (União dos Povos de Angola), mais tarde FNLA (Frente Nacional para a Libertação de
Angola), presidida por Holden Roberto. Como Salazar não mostrava intenções de cedência, vê com bons olhos o desencadeamento de acções que chamem as atenções internacionais, pelo que apoia a preparação das mesmas. Preocupa-se contudo com um descontrolo terrorista, a exemplo do verificado recentemente na independência do Congo, pelo que nos primeiros dias de Março a CIA