Ilusões de Raça
Além do já apresentado conceito de raça, é preciso analisar outros duas definições importantes para a compreensão dos ideais de Du Bois: racismo e etnocentrismo.
De acordo com o dicionário Michaelis, racismo é “a teoria que afirma a superioridade de certas raças humanas sobre as demais”. Já etnocentrismo é “a tendência do homem de menosprezar povos cujos costumes divergem dos da sua própria sociedade ou povo; disposição habitual de julgar povos ou grupos estrangeiros pelos padrões e práticas de sua própria cultura ou grupo étnico”.
Percebe-se que os dois conceitos estão ligados entre si e também à definição de raça, questão sobre a qual Du Bois discorre em seu artigo “A preservação das raças”, apresentado na American Negro Academy. Trata-se de um dos mais famosos artigos sobre a questão racial.
Em seu texto, ele afirma que “as diferenças que separam os seres humanos em raças não são as diferenças físicas mais grosseiras da cor, dos cabelos e dos ossos, mas as diferenças mais sutis, delicadas e elusivas, que de maneira silenciosa, porém definitiva, separam os homens em grupos”. Desta forma, o autor formula um conceito sócio-histórico de raça, unindo africanos a partir de compartilhamentos geográficos.
Ele não desprezava os conceitos científicos vigentes na época, porém transcendia a concepção de raça defendida pela ciência, incluindo em sua definição características de cunho social, espiritual e psíquico.
Com sua concepção, Du Bois descarta a existência de três raças, como acreditava-se na época (brancos, negros e amarelos). O sociólogo era preciso ao afirmar a quantidade de raças que ele defendia que existiam: oito. A saber, eslavos, teutões, ingleses, hindus, românicos, semitas, mongóis e negros.
A teoria de Du Bois seguia com