identificação dos EMC
A alimentação é um dos aspectos fundamentais para a promoção da saúde (OPAS, 1986). O estudo do comportamento alimentar permite ampliar as possibilidades de fomentar a produção de saúde, haja vista as múltiplas abordagens e o largo campo de análise em que este conceito se insere. Tomou-se como marco teórico o conceito de comportamento alimentar de Diez Garcia: (GARCIA, 1999) “procedimentos relacionados às práticas alimentares de grupos humanos (o que se come, quanto, como, quando, onde e com quem se come; a seleção de alimentos e os aspectos referentes ao preparo da comida) associados a atributos socioculturais, ou seja, aos aspectos subjetivos individuais e coletivos relacionados ao comer e à comida (alimentos e preparações apropriadas para situações diversas, escolhas alimentares, combinação de alimentos, comida desejada e apreciada, valores atribuídos a alimentos e preparações e aquilo que pensamos que comemos ou que gostaríamos de ter comido)”. Essa conceituação permite a análise do fato alimentar em diversas perspectivas: histórica (CASCUDO, 1983), socioantropológica (CANESQUI, 1988; POULAIN, 2004), nutricional e educacional.
As duas primeiras analisam a construção sociocultural da humanidade a partir da análise do quê, e do como se come. Na perspectiva nutricional (MONTEIRO et al., 2000) avalia-se o quê e quanto se consome como um dos determinantes responsáveis pela construção social do processo saúde–doença. A perspectiva educacional (BOOG , 2004) representa a possibilidade de construção de práticas alimentares saudáveis por intermédio de ações sistematizadas que contemplam o caráter multidimensional da alimentação no planejamento de ações nessa área, tanto no âmbito das políticas públicas, como para ações de assistência (UCHIMURA et al., 2003), promoção da saúde (Ministério da saúde, 2005) e educação em saúde (BOOG , 2004). Sendo a alimentação um fato ao mesmo tempo biológico e cultural, as intervenções educativas precisam partir do