Ideais Políticos de Platão e Aristóteles
Para Platão, a política, ou melhor, a “verdadeira arte política” é a arte que “cura a alma”. É a arte que torna a alma do filosofo mais virtuosa. É somente quando o filosofo torna-se político, ou vice- versa, é que há a possibilidade de construir um Estado fundado sobre os valores supremos da justiça e do bem.
Na concepção platônica, os governantes do Estado, ou seja, os filósofos devem amar a cidade mais que os outros, tendo em vista zelar e cumprir sua missão, em especial, os de conhecer e contemplar o Bem. A Sabedoria é a virtude do governante, este que é convocados para fazer valer a justiça e, assim, possa construir um Estado perfeito e ideal.
É a partir do conceito “de justiça” é que surgem todos os outros conceitos que interagem entre si, formando, desse modo, o Estado ideal em uma concepção tipicamente platônica. As noções, que são o cerne da formação do Estado ideal, são basicamente três virtudes que, de certa forma, constituem em um formato “unificado” a virtude da justiça. As virtudes temperança, coragem e sabedoria são indispensáveis para a formação de um Estado incorruptível e justo. Elas são distribuídas em três classes sociais, que veremos a seguir.
Primeiramente, Platão diz que um Estado é criado porque cada individuo é “autárquico”, ou seja, não basta a si mesmo, necessitando assim os serviços de outros homens, e, logo, a “interação” dos homens é inevitável. A primeira classe é responsável pela necessidades materiais da sociedade, como alimentação, vestes e habitação. Para essa classe suprir as necessidades do Estado com harmonia e eficácia faz-se necessário a permanência da temperança como virtude preponderante.