Iber Camargo Sai Da Casa Dos Pais Em 1922
A partir de 1940, o artista passa a dedicar-se às artes com mais afinco, desenha personagens da rua e aumenta progressivamente seu interesse pela pintura. Realiza telas em que retrata sua esposa e faz paisagens, que pinta com grande espontaneidade. Em quadros como Dentro do Mato (1942), ele diz procurar o instante fugidio. Uma Pinta um panorama natural, traçando as figuras com gestos fortes sobre a massa espessa de tinta. Esse procedimento não encontra lugar no ambiente artístico acadêmico do Rio Grande do Sul da época. Por isso, o pintor procura ampliar seus horizontes: ele pleiteia e consegue bolsa do governo gaúcho para estudar no Rio de Janeiro.
Iberê Camargo chega à capital federal no fim de 1942. Logo conhece Candido Portinari (1903-1962), Djanira (1914-1979), Milton Dacosta (1915-1988) e Maria Leontina (1917-1984). Alguns meses depois, ingressa na Escola Nacional de Belas Artes - Enba. Não se satisfaz com o academicismo e abandona o curso. Segue indicação de Portinari e passa a assistir às aulas de desenho de Guignard (1896-1962). As faturas tornam-se mais ralas e de gestualidade menos pronunciada. Em Auto-Retrato (ca.1943), o pintor tenta reconstituir o aspecto diáfano da pintura de Guignard.
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