IANTRO Babi

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Comentário: COSTA, Sérgio. A mestiçagem e seus contrários: etnicidade e nacionalidade no Brasil contemporâneo. Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 13 (1): 143-158, maio de 2001.
Costa trata, em seu artigo, sobre a dimensão ideológica da mestiçagem brasileira, e não considera, para efeitos de produção do artigo, os conceitos da biologia por achar que eles não apresentam relevância política-sociológica. O ponto principal aqui é a mestiçagem na ideologia do Estado, sendo uma questão que aborda até que ponto pode-se construir uma nação unitária tendo em vista os grupos populacionais tão heterogêneos presentes no território brasileiro e enraizados na cultura do país.
Dentro do debate racial, no que diz respeito à mestiçagem, podemos identificar vários posicionamentos, um deles o de Nina Rodrigues que conclui, ao observar grupos negros da região de Salvador, que estes apresentam uma inferioridade intelectual que impede sua integração na nação em igualdade com os brancos, segundo ele e o que entendi de sua posição, os negros são subdesenvolvidos, em condições inferiores de exercer sua cidadania em comparação aos outros cidadãos. Ele condena, ainda, o cruzamento entre “raças”, pois isso resultaria na degradação da “raça brasileira”. Quanto a este último ponto, Romero e Viana defendem a mistura racial como forma de “branquear” a população. A semelhança que eu identifiquei nessas duas posições aparentemente opostas, é que, enquanto Romero e Viana visam ao crescimento do percentual de sangue ariano, Nina visa manter esse percentual, pois, se não houver o cruzamentos entre grupos de cor, não haverá mistura racial e se preservarão tanto os negros quanto os arianos. (p. 145).
Vemos ainda a posição do pesquisador racial nazista Heinrich Krieger que afirma que “os mestiços são degenerados, sem pertença racial definida, enquanto os negros, a despeito de sua inferioridade intelectual, constituíam uma raça pura.” e, ao