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Ao anunciar, no domingo 15, que estava abandonando sua candidatura à presidência do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), o economista Lawrence Summers, ex-presidente da Universidade Harvard, provocou um suspiro de alívio nos mercados ao redor do mundo. Exceto na hipótese pouco provável de que o presidente Barack Obama indique um novo nome para o cargo, o caminho parece aberto para que a economista Janet Yellen, atual vice-presidente do Fomc, o Copom americano, se torne a sucessora de Ben Bernanke. Por mais distante da realidade brasileira que essa questão possa parecer, a troca de comando no Fed é um evento capaz de influenciar o mundo todo, o Brasil incluído. Quem quer que suceda Bernanke terá a difícil tarefa de conduzir a economia americana de volta à normalidade. 61.jpg Bancos e empresas dos Estados Unidos têm dependido de generosos pacotes de ajuda monetária desde a crise financeira de 2008. Agora, quando há indícios de recuperação, o desafio é retirar a injeção mensal de US$ 85 bilhões da economia sem provocar, de novo, uma retração no consumo e solavancos nos bancos. O sucessor de Bernanke terá um desafio adicional. Até os republicanos no Congresso são favoráveis a um aperto fiscal. Mesmo os mais moderados no partido de oposição a Obama vêm sendo emparedados pela direita radical, que quer mesclar um endurecimento na emissão de dinheiro e um aperto nos gastos públicos, algo que poderia comprometer o incipiente processo de recuperação dos EUA. Nesse sentido, a desistência de Summers é um bom sinal. Segundo o economista carioca Cláudio Frischtak, ex-aluno de Bernanke em Stanford e ex-economista do Banco Mundial, Summers não é um homem que busca o consenso. “Ele é um debatedor brilhante, mas agressivo e de trato difícil”, diz. Mais de um analista está convencido de que Summers foi indicado