Holocausto
As experiências e teorias dos autores apresentadas anteriormente estão relacionadas com o fato de pertencerem ao povo judeu e terem sofrido de alguma forma perseguição no período da Segunda Guerra Mundial por pertencerem a este grupo. Ao considerar o contexto sócio-histórico-cultural dos mesmos, são evidentes as influências dos fatores externos sobre suas teorias científicas (WERTHEIMER, 1998; MASSIMI; CAMPOS; BROŽEK, 1996).
Além disso, de alguma forma os autores sofreram trauma, pois enfrentaram perigo de morte, tiveram a vida e a segurança ameaçadas, ficando impotentes diante das situações encaradas (GUERREIRO et al, 2007; VANDERBOS, 2010).
Os três autores se refugiaram nos Estados Unidos. Frankl e Bettelheim foram presos campos de concentração, diferentemente de Lewin que fugiu para os Estados Unidos antes de ser preso. Ali eles tiveram liberdade para desenvolver suas teorias e suas obras foram baseadas na reflexão acerca do que sofreram nesse período, a de Frankl e Bettelheim em suas experiências no campo de concentração e a de Lewin na vivência dos preconceitos e no ostracismo, que caracterizaram aquele momento da história na Europa.
Mesmo tendo essa liberdade para desenvolverem suas teorias e "recomeçarem" a vida, é importante considerar que todos eles tiveram que se adaptar a um novo contexto, uma nova realidade e sociedade.
Lewin procurou compreender e abordar a vivência do seu sofrimento e do seu povo à luz da Psicologia Científica, visto que seu grupo étnico vivia em uma permanente insegurança na época pelas variações do clima político e o avanço do nazismo na Europa. Para ele, o grupo a que o individuo pertence constitui a base das percepções, ações e sentimentos, ou seja, é a base do grupo social que dá a configuração do individuo (LEWIN, 1948).
Já Frankl, da experiência que teve no campo de concentração derivou a importância da busca de sentido como fator essencial para a