História Econômica. Segunda revolução industrial
A economia política clássica está apoiada em duas premissas. A primeira é que a atividade econômica fundamental tem por objetivo uma relação de troca entre valores. A segunda premissa é que os valores de troca são vinculados com as quantidades de trabalho gastos na produção de mercadorias.
Smith também entendia que o valor de uma mercadoria expressava a quantidade de trabalho gasto para produzi-la. Essa teoria é conhecida como teoria do trabalho “comandado”, com uma tradução literal do verbo inglês command, que Smith emprega para indicar o ‘comando’ sobre o trabalho que o possuidor da mercadoria adquire quando, com essa mercadoria, compra trabalho. Essa é a especificidade do capitalismo, ou seja, o ato que tem como objeto de compra e venda precisamente de uma mercadoria especial que é a força de trabalho do operário, para transformação de meios de produção e matérias primas em outras mercadorias.
David Ricardo contrapõe ao conceito de trabalho comandado o conceito de trabalho contido numa mercadoria, já que a agregação de valor trabalho na mercadoria é fato anterior à esfera da troca e da circulação, e, portanto que constitui, na verdade, uma característica do processo produtivo. Se a aquisição por parte do capitalista de certa quantidade de trabalho permite a produção de uma mercadoria com a qual se pode depois obter uma maior quantidade de trabalho, isso significa que a troca entre capitalista e operário processa-se sob um referencial em que se observa uma desigualdade de fundo (Napoleoni, 1981). Em diversos tempos históricos as sociedades geraram valores excedentes de trabalho humano que modificaram a vida sobre a terra. Para chegarmos aos dias de hoje a acumulação de riqueza e conhecimento se deu de forma lenta e gradual, com exceção dos últimos dois/três séculos em que o modo capitalista de produção tomou conta do ambiente e parece globalizar culturas, aumentar o tamanho e a produtividade das