História do Pensamento Econômico
O excedente social é definido como aquela parte da produção material da sociedade que sobra, após serem deduzidos os custos materiais necessários para a produção.
O desenvolvimento histórico das forças produtivas tem resultado numa capacidade sempre crescente de as sociedade produzirem excedentes sociais cada vez maiores. Dentro desta evolução histórica, cada sociedade tem sido dividida, de modo geral, em dois grupos separados. A maioria das pessoas, em cada sociedade, trabalha exaustivamente para produzir o necessário para sustentar e perpetuar o modo de produção, bem como o excedente social, enquanto uma pequena minoria se apropria deste excedente e o controla. Neste livro, as classes sociais são diferenciadas entre si em função desse fato; as relações sociais de produção são definidas como relações entre estas duas classes. Um modo de produção é, então, o conjunto social da tecnologia de produção e os esquemas sociais através dos quais uma classe une suas forças produtivas para produzir todos os bens, inclusive o excedente, e a outra dele se apropria.
O capitalismo é caracterizado por quatro conjuntos de esquemas institucionais e comportamentais: produção de mercadorias, orientada pelo mercado; propriedade privada dos meios de produção; um grande segmento da população que não pode existir, a não ser que venda sua força de trabalho no mercado; e comportamento individualista, aquisitivo e maximizador, da maioria dos indivíduos dentro do sistema econômico.
No capitalismo, o valor dos produtos é dado por duas razões distintas. Primeiro, tais produtos têm características físicas particulares, em virtude das quais se tornam utilizáveis e satisfazem as necessidades humanas. Quando uma mercadoria é avaliada por seu uso na satisfação de nossas necessidades, diz-se que tem valor de uso. No capitalismo, os produtos têm valor porque podem ser vendidos no mercado, em troca de dinheiro. Este dinheiro é desejado, porque pode ser