História do Brasil
A REVOLUÇÃO DOS "TENENTES"
ARTUR BERNARDES - 1922-1926 O ano de 1922 foi um divisor de águas, dentro da Primeira República. Não que a classe política, de alguma forma, tenha se reabilitado. Os métodos de ação continuavam os mesmos: eleições fraudadas, dualidade de poderes, interferências do poder central nas unidades da federação, decretação freqüente de estado de sítio, enfim, os mesmos velhos costumes que iam passando de um governo para outro, transformando a democracia numa ficção. Todavia, o episódio das cartas supostamente escritas pelo candidato à Presidência, Artur Bernardes, aviltando o Exército e seus oficiais, coloca em marcha um processo revolucionário que se estende por oito anos, minando as estruturas da República Velha e provocando sua queda. Não importa se tais escritos são verdadeiros ou falsos. Vale sim que o episódio é o combustível de faltava para atear fogo ao sistema social vigente, a busca de outro que contemple, com novas regras, as multidões condenadas a uma vida de pobreza, por vezes, indigente. Pelo menos, a intenção confessa era essa. O mentor de processo, em seu início, foi o ex-Presidente, marechal Hermes da Fonseca, entusiasmando a jovem oficialidade e motivando-a a empreender as mais rebeldes e impensadas revoltas, todas elas derrotadas no campo militar, mas trazendo aos governos um desgaste político irreparável.. Começou por Pernambuco, espalhou-se para o Rio de Janeiro, Paraná e Mato Grosso. Ao morrer o marechal, a ação tinha já moto próprio, gerando um movimento guerrilheiro que, durante dois anos e meio, percorreu o país, para se auto-dissolver, quando concluiu que os resultados políticos da operação já estavam alcançados. Esses jovens, que promoveram o processo conhecido como tenentismo, atravessaram os anos vinte e marcaram sua presença nas décadas seguintes. Dois deles, bem mais tarde, foram candidatos à presidência da República. Eduardo Gomes tornou-se brigadeiro e coube a ele fundar a