História das Ligas Acadêmicas da Medicina UNICAMP
Gabriel Freitas Esteves
As Primeiras Ligas: No Brasil, as primeiras Ligas Acadêmicas (LAs) de Medicina surgiram por volta da década de 1920, como a Liga de Combate à Sífilis e outras DST (LCS), da Faculdade de Medicina da USP, criada em 20 de agosto de 1920. Na Unicamp, fundada em 1963, as primeiras Ligas Acadêmicas se formaram logo nos primeiros anos, como a Liga do Sangue, Liga de Combate à Sífilis, Liga de Combate a Moléstias Infecciosas, e a Liga de Ambulatórios Populares. As LAs desse períodos apresentavam forte caratês extensionista-assistencial, com a realização de campanhas preventivas e ambulatórios gratuitos para a comunidade, levando e aplicando o conhecimento universitário além de seus muros. Tais Ligas eram ligadas ao Departamento de Medicina Preventiva do Centro Acadêmico Adolfo Lutz (CAAL), fundado também em 1963. O final da década de 60 e toda a década de 70, porém, representaram anos difíceis para o Centro Acadêmico, devido à Ditadura Militar, o que provavelmente também atingiu as LAs, com a pouca preservação de registros e arquivos desta época no arquivo histórico do centro acadêmico. Os registros do início da década de 80 falam sobre a reconstrução do CAAL, mas não fazem mais referências a tais ligas.
Ressurgimento das Ligas na Faculdade de Ciências Médicas: Na constituição de 1988 começou-se a se elaborar o papel da Universidade Pública dentro dos parâmetros de Ensino, Pesquisa e Extensão. Em 1991, houve a criação do Projeto CINAEM (Comissão Interinstitucional de Avaliação do Ensino Médico), com participação de diversas entidades de educação médica e representações discentes e docentes, colocando-se a discussão sobre o ensino dentro das Universidades (em especial na Unicamp, com ápice na implementação de um currículo reformado em 2001). Tal contexto explica o grande crescimento da formação de Ligas Acadêmicas a partir de 1990 em todo o Brasil,