História da arte
Arte e realidade
A arte moderna surgiu de uma ruptura de valores do século XIX, vinda de uma serie de razões históricas e ideológicas. E não por valores estéticos.
Houve um rompimento na unidade espiritual e cultural do século XIX, que causou polêmicas, protestos e revoltas de onde surgiu a arte nova.
Nos trinta anos que procederam ao ano das revoluções (1848), a ação do pensamento filosófico, político, literário, a produção artística e a ação dos intelectuais era uma tendência revolucionária básica.
Ganhava consistência a moderna noção do povo e os conceitos de liberdade e de progresso adquirindo nova força e concretude. A ação pra a liberdade foi um dos eixos da concepção revolucionária do século XIX. As idéias liberais, anárquicas e socialistas impulsionavam os intelectuais a combater, não apenas com suas obras, mas também com as armas nas mãos.
Em 1852 Baudelair escrevia o prefacio para as poesias de Pierre Dupont, Chant dês ouvriers, em que, entre outras coisas, definia como “pueril” a teoria da arte pela arte.
No curso do movimento revolucionário burguês a pressão das forças populares, que durante todo esse período tornou se cada vez mais enérgica, é percebida pelos intelectuais como um elemento decisivo da história moderna.
Jules Michelet sublinhava com insistência em suas aulas, a necessidade da presença do povo na cultura. “A geração passada foi uma geração de oradores, a atual compõe-se de verdadeiros produtores, de homens de ação, de trabalha social. E de ação em muitos sentidos. A literatura, surgida das sombras da fantasia, tomara corpo e realidade será uma forma da ação; ela não mais será diversão de alguém individuo, ou de preguiçosos, mas a voz do povo ao povo”.
Michelet em outras aulas incitava os artistas a “percorrer a imensidão das profundezas sociais, em vez de permanecer na superfície e de ceder às comodidades para subir”. Segundo Michelet, deste ponto de vista Daumier era o artista mais significativo pois