História da arte
A obra representa a deusa Vênus numa pose erótica, deitada sobre uma cama e olhando para um espelho, que sustém o deus do amor sensual, o seu filho Cupido. Trata-se de um tema mitológico ao que Velázquez, como é usual em ele, dá trato mundano. Não trata a figura como uma deusa senão, simplesmente, como uma mulher. Esta vez, porém, prescinde do toque irônico que emprega com Baco, Marte ou Vulcano.
Não se sabe com certeza quando foi pintado. Alguns assinalam 1648, antes da sua segunda viagem à Itália; outros inclinam-se pela sua realização durante essa segunda e última viagem à Itália, entre 1649-1651. O site da National Gallery e outros autores falam ao redor de 1647-1651.1
La Venus del espejo foi acreditada durante muito tempo como uma das últimas obras de Velázquez.4 Em 1951, descobriu-se citada num inventário de 1 de junho de 1651 na coleção particular de Gaspar de Haro y Guzmán(1629-1687), marquês do Cárpio,5 um cortesão estreitamente relacionado ao rei Filipe IV da Espanha. Haro era sobrinho-neto do primeiro mecenas de Velázquez, o Conde-Duque de Olivares, e um conhecido libertino. Segundo o historiador de arte Dawson Carr, Haro "amava a pintura quase tanto como amava as mulheres",6 e "até mesmo os seus defensores lamentavam o seu excessivo gosto pelas mulheres de classe baixa durante a sua juventude". Por estas razões, parece provável que ele encarregasse a pintura.7 Se estava inventariado em 1651, a tela não podia ser posterior à segunda viagem de Velázquez à Itália, da qual retornou em junho desse ano, podendo tê-lo pintado ali no