História da Arquitetura
Grécia Antiga
Artur Rozestraten
Teriam os antigos arquitetos gregos feito maquetes para projetar seus templos e santuários, seus teatros, ágoras, stoas e arsenais, edifícios que constituem as raízes clássicas da cultura ocidental e encantam continuamente por sua elegância, sutileza, por sua técnica impecável e sua sensível inserção paisagística? Existem vestígios arqueológicos de maquetes gregas? O que sabemos sobre os procedimentos projetuais destes arquitetos? Como enfrentaram os problemas e desafios que tiveram à frente?
Ágora com o Templo de Hefesto, Hephaisteion, ao centro, vista da Acrópole, Atenas, Grécia
Foto Artur Rozestraten
São estas questões que incitam este estudo a investigar cientificamente, com base arqueológica e filológica, os vestígios de maquetes e práticas de modelagem tridimensional na arquitetura grega antiga. Para tanto, foi necessário definir e estudar um corpus de objetos, isto é, um conjunto de objetos recolhidos em escavações arqueológicas que possuem formas arquitetônicas em tamanho reduzido e que podem ter sido maquetes de arquitetura. Estes modelos arquitetônicos que serão apresentados aqui dividem-se em dois grupos: o primeiro é composto por um conjunto restrito de pouco mais de quarenta objetos, ditos egeanos, em sua grande maioria encontrados em Creta, produzidos a partir do Bronze Médio, entre 2.000 e 900
a.C.; o segundo grupo é constituído por um conjunto de cerca de 60 objetos
caracterizados como modelos arquitetônicos gregos, datados entre 900 e 600
a.C.
Templo de Apolo em Delfos, Grécia, séc. VI a.C.
Foto Artur Rozestraten
Modelos Egeanos
Em termos cronológicos a produção deste conjunto de objetos teve início no período protopalaciano (1), desenvolveu-se no período de auge da civilização minóica (2), acompanhou o período de dominação micênica e encerrou-se no séc. IX a.C. Na primeira metade do