Historia de jao simoes lopes neto
O maior escritor regionalista do Rio Grande do Sul, nasceu em Pelotas, em 9 de março de 1865, na Estância da Graça, a 29 quilômetros da cidade e de propriedade de seu avô paterno, João Simões Lopes Filho, o Visconde da Graça - que chegou a ter uma orquestra particular composta por escravos em sua grande fazenda. Era filho dos pelotenses Catão Bonifácio Lopes e Teresa de Freitas Ramos. Viveu na estância até 1876. Aos treze anos, foi para o Rio de Janeiro, estudar no famoso colégio Abílio. Em seguida, teria freqüentado até a terceira série da Faculdade de Medicina, mas sobre esta passagem acadêmica nunca houve provas. Retornando ao Sul, fixa-se em sua terra natal, Pelotas, então rica e próspera pelas mais de cinqüenta charqueadas que lhe davam a base econômica. Nesta cidade dinâmica e aristocrática, o jovem patrício enceta a mais bizarra, surpreendente e malograda trajetória vivida por um escritor gaúcho. Com idéias cheias de audácia, tornou-se um agente empreendedor da industrialização pelotense. Criou, mediante o sistema de cotas, uma fábrica de vidros, cujos operários eram todos franceses e os aprendizes, meninos pobres da região. Participou da montagem de uma poderosa destilaria, convencendo dezenas de homens de posse a se tornarem acionistas da nova empresa. Todas fracassaram porque a década de 1890 - onde elas surgiram - tinha sido marcada pela devastadora guerra civil no Rio Grande do Sul e a economia local fora duramente abalada. Mesmo assim, na virada do século e com recursos próprios - advindos das heranças do avô e do pai - construiu uma fábrica de cigarros. Os produtos, fumos e cigarros, receberam o nome de Diabo, Marca Diabo. O sucesso inicial, causado pelo impacto da marca, deu lugar à ameaças de excomunhão e pressões religiosas que inviabilizaram a empresa. Montou também uma firma de moer e torrar café, a Café Cruzeiro, que segundo Simões tinha um preço acessível: "E muito mais barato seria se não fosse o desgraçado do