historia da RCC
O Brasil não é exclusivamente um país cristão e católico, desde o período colonial o mesmo tem sido palco de um grande intercâmbio cultural. Esse fator será responsável pela mescla de costumes e crenças religiosas de negros, indígenas e católicos portugueses. Vale dizer que nenhum desses grupos se constituia em um bloco homogêneo, pois ambos os grupos já sofriam influências de outras culturas.
O processo de sincretismo religioso parte do contato entre distintas crenças; mas para isso é necessária à movimentação de povos, geralmente causada por eventos de larga escala. Para se compreender melhor o cenário histórico e o intercambio religioso: quem era dominante, quem absorveu mais, quem mudou mais, onde “ao pensar em sincretismo, pode-se pensar em: negociação, interação, confronto, transmissão, mistura, adaptação, assimilação, sondagem, fusão, amálgama, alienação, interação” .
Dessa forma, observamos que o desenvolvimento da cultura religiosa brasileira foi evidentemente marcado por uma série de trocas, incorporações e imposições. Se de lado temos uma religião católica, tentando se fechar em seus templos para as indesejáveis influências; de outro, temos as crenças afros adentrando a casa-grande. A religião no Brasil colônia, mesmo sob o olhar atento e punitivo dos jesuítas inquisidores, guarda práticas sincréticas que nos foram legadas, conservando, mesmo que inconscientemente, sua memória .