Hipatica
Hipátia de Alexandria nasceu em uma família com forte tradição intelectual, seu pai era Theon de Alexandria um conceituado, filósofo, matemático, e astrónomo. As famílias fundadas sobre este lastro intelectual e de projecção social de Alexandria da sua época costumavam ainda cultuar o ideal Grego da “Mente sã, corpo são” (“men sana in corpore sano”). Com esse lema no pensamento, o pai de Hipátia não mediu esforços para torna-la o “ser humano ideal”, ensinando-lhe matemática e filosofia, e levando-a a fazer um programa de preparação física para lhe assegurar um corpo saudável. No campo da matemática, escreveu comentários sobre a “Aritmética” e as “cónicas”, inventou um astrolábio e criou, diversos instrumentos de medida, devido á sua ambientação cultural, conheceu e estudou a obra do astrónomo Ptolomeu, o que levou seu pensamento e seus experimentos estabeleceram as bases da teoria formulada por Nicolau Copérnico, séculos depois, que seria a teoria heliocêntrica.
Vivia em uma época onde grandes embates entre as culturas grego-romana e cristã, além do embate científico-filosófico, condenado pela ortodoxia da Igreja Católica Apostólica Romana. Cronologicamente, estamos em pleno fim do escravismo Romano e início do Feudalismo, em que o controle absoluto da Igreja sobre o céu e a terra é uma realidade irrefragável, transformando a filosofia grega em pagã, além de cristianizar alguns dos filósofos clássicos da filosofia antiga, como Platão e Aristóteles. O surgimento do cristianismo foi uma febre coletiva e pouca opção existia diante do Patriarca Cirilo, que combatia àqueles que ousassem questionar, ou não professar a fé cristã que posteriormente transformou-se no Tribunal da Inquisição que fora instituído para enquadrar, silenciar e matar quem ousasse contestar os dogmas da Igreja, como Hipática que se dizia neutra .