Hermenêutica do sujeito aula de 06 de janeiro de 1982, M. Focault
Os 'mistérios de Deus' pregados no catolicismo, a 'autoridade' concedida pelo Espírito
Santo nas igrejas evangélicas neopentecostais, a autoridade da reencarnação e lei de causa e efeito no espiritismo, a submissão aos espíritos desencarnados nos terreiros de Umbanda; todas assemelham-se num ponto único e bem pertinente aos criadores dos conceitos de cada religião em si: a autoridade incontestável da verdade dada a instituição e seus fundadores que jamais pode ser alcançada de pleno direito pelo sujeito comum participante.
Ora, imagine-se que um conceito religioso pudesse ser alcançado por um indivíduo comum e posteriormente pelas massas, que sucederia? Basicamente a perda de autoridade pelas
Igrejas dominantes sobre o pensamento do vulgo visto que este poderia tomar as suas decisões pautadas em si mesmo. Então a velha prescrição délfica gnôthi seautón (conhece-te a ti mesmo) seja em sua interpretação atual de interiorização ou em sua interpretação mais literal e antiga segundo Roscher¹ do méden àgan – nada em demasia – e do 'cuida em ver em si mesmo o que tens precisão de saber quando for consultar os deuses', não existe quando se tem por fundamental apenas receber intelectualmente a posição formal de uma determinada Igreja para constituir com isso as ações sociais permitidas, cito apenas 4: a maneira de se comportar sexualmente, exemplos aceitos nas relações com a família, posições em relações as drogas ilícitas e comportamento político.
Também os rituais iniciáticos religiosos postulam que não pode