Hermeneutica Tindaya
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Victor Uchoa Cavalcante de LimaTópicos Especiais em Estética I
Monte Tindaya – Eduardo Chillida
O método estético olha a obra de arte a partir dos significados que ela transmite, as sensações que nos oferece e a partir dos meios pelos quais isso é feito. Busca dessa forma a saída da relativização do conteúdo da arte, ao mesmo tempo que se sabe de sua parcela subjetiva, não buscando também o conceito do “verdadeiro” sentido das obras.
Distinguindo e analisando os gêneros artísticos por suas matérias únicas (e não somente por elas). Arte é um fenômeno de comunicação direta e não mediada.
A “Montanha Tindaya”, do escultor Eduardo Chillida nos ajudará no desenvolvimento dessas idéias. Não há como dizer que há somente uma matéria, ou a matéria de um só gênero artístico presente nessa obra, se colocando na mesa, já de início a problemática de uma melhor definição sobre a partir de onde podemos analisá-la. Pode-se, numa explicação simplificada qualificar o artefato como arquitetura, somente por definir um abrigo, e consequentemente uma função. Mas não é necessário muito para que a teoria se prove falha, já que se a função se torna a “essência” principal da arquitetura, esta acaba por se tornar uma ciência somente técnica. Também parece ser um pouco precipitado encarar a obra somente a partir de seu viés plástico, de volumetria, de uso do material, e de apreensão visual, que nos levaria em um caminho onde a “Montanha” seria vista como uma obra da escultura. É preciso entender que esses limites entre os gêneros são mais “largos” do que aparentam, nem sempre é fácil definir onde termina um gênero e onde começa o outro, sendo a interpenetração entre eles algo de comum ocorrência.
É necessário então um olhar diferenciado sobre a obra de Chillida, e o método estético nos fornece alguns caminhos. Podemos perceber visualmente, expressos na forma e nas relações criadas entre volumes, podemos perceber a forma como a luz é tratada e como ela atinge a obra, além é claro de perceber