Hepatite e aids
A designação de viroses hepáticas é utilizada para caracterizar processos inflamatórios agudos do fígado provocados por diferentes vírus, tais como os vírus da família Herpesviridae, alguns tipos de vírus Coxsackie, em geral relacionados com quadros pré-natais, citomegalovírus e vírus da rubéola, relacionados com quadros neonatais, vírus de Epstein-Barr, vírus da caxumba e os vírus causadores de hepatites propriamente ditos. Apesar da existência de vários agentes etiológicos, as características clínicas das hepatites são muito semelhantes, variando desde a ausência de sintomas a quadros clínicos graves que podem evoluir para a morte do paciente.
As hepatites virais compreendem a hepatite A (VHA), durante muito tempo denominada hepatite infecciosa, mais frequente em crianças e transmitida pela via fecal-oral; a hepatite B (VHB), conhecida também por hepatite por soro homólogo, transmitida parentericamente, como, por exemplo, nas transfusões, e as hepatites anteriormente chamadas não-A não-B, hoje reconhecidas como hepatite C, de transmissão parentérica, e hepatite E, de transmissão fecal-oral.
Hepatite A
Esta forma de hepatite foi considerada, durante muito tempo, como manifestação secundária de uma infecção entérica. Atualmente sabe-se que o vírus se instala primariamente no fígado, utilizando o aparelho digestivo como via de entrada, sem causar lesão neste local. Etiopatogenia e Epidemiologia
O vírus da hepatite A pertence à família Picornaviridae, gênero Hepatovirus, tendo sido anteriormente classificado como ‘enterovírus humano 72’. As características fundamentais do gênero são semelhantes ao gênero Enterovirus, da mesma família. Existem algumas diferenças, em relação a este, particularmente no que diz respeito ao peso molecular do ácido nucleico, que é menor do que o vírus da poliomielite, e à proteína estrutural VP4, menor do que nos demais membros da família. Trata-se de um vírus de elevada resistência ao calor, suportando temperaturas da