Heidegger e kierkegaard

3311 palavras 14 páginas
Heidegger/ Kierkegaard- o conceito de angustia- angustia, fé, e morte. O papel da angústia em Heidegger e Kierkegaard
Mariah de Olivieri A obra fundamental de Heidegger que aponta para a questão da angústia é Ser e Tempo (1989). Nesta obra, ele aborda a questão do Ser e, sobretudo, instaura uma nova abordagem da metafísica, onde o indivíduo, abandonado por Deus, busca esclarecer por si mesmo o que é o Ser. Heidegger estabelece a distinção entre Ser e Ente; segundo ele, o homem não é o Ser, mas aquele que o interroga. Assim é que o indivíduo é para si mesmo um Ente, ou seja, uma existência concreta, que tem o privilégio de questionar o Ser: “É o homem que faz advir o ser” (HUISMAN, 2001, p.102).O Dasein é a própria possibilidade para o indivíduo de interrogar o Ser, é o campo de manifestação do Ser. Heidegger afirma que é a angústia que possibilita ao indivíduo o encontro com o Ser, onde nada está pré-determinado, onde o indivíduo tem o poder de realizar o seu destino. A angústia é a inquietação do indivíduo frente às questões do Ser; este sentimento descortina o abismo do nada, e possibilita ao indivíduo escutar no profundo do fundo de si, a sua verdade: Enquanto possibilidade de ser da pre-sença, a angústia, junto com a própria pré-sença que nela se abre, oferece o solo fenomenal para a apreensão explícita da totalidade originária da pre-sença. Esse ser desentranha-se como cura (HEIDEGGER, 1988, p. 245).Por sua vez, Gama estabelece que:Então, o “encontrar-se aí” da angústia revela, pois, o modo de ser do Dasein: ele é pura finitude e fragilidade, falta-lhe um fundamento, um sentido, uma certeza sustentada por um ser transcendente (GAMA, 2002, p.125). Portanto, Heidegger define a angústia como a própria condição humana, a qual tem um valor ontológico, porque revela a apreensão dolorosa da inevitabilidade da existência. Heidegger não considera a angústia uma escolha do indivíduo que quer evoluir enquanto ser, e sim como um fato inevitável da vida

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