H1N1: epedemia? Pandemia?
1801 palavras
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Autora: Eliene EstrelaH1N1 EPIDEMIA? PANDEMIA?
De acordo com a Organização Mundial da Saúde a pandemia da gripe suína A
(H1N1) de 2009/10, causou cerca de 200 mil mortes sendo, no entanto, número compatível com os óbitos das gripes sazonais comuns (OMS, 2010).
A declaração acima deixa evidente que a gripe suína que causou pânico em inúmeros países do mundo no ano de 2009, tratou-se de uma pandemia que, de acordo com Rouquayrol (2006), é à ocorrência epidêmica caracterizada por uma larga distribuição espacial que atinge várias nações.
No Brasil, a gripe suína ou gripe A (H1N1) assustou e causou um grande alvoroço na população, trazendo o temor de se repetir o quadro ocorrido em
1918, com a chamada Gripe Espanhola durante a primeira guerra mundial, como descreve abaixo Alvarez (2009):
A gripe que se avizinhou por navios, antecedida por nervosas notícias propagadas pelo telégrafo, pareceu aos cariocas, a princípio, tão remota quanto os horrores da guerra mundial que chegaria ao fim em novembro daquele ano de 1918. Mas entre setembro e novembro, verdadeiro cataclismo se abateu sobre a capital brasileira. “O sujeito morria nos lugares mais impróprios, insuspeitados: – na varanda, na janela, na calçada, na esquina, no botequim. [...] Muitos caíam rente ao meio fio, com a cara enfiada no ralo. [...] Nem um vira-latas vinha lambê-los”. E adiante Nelson Rodrigues comenta: “vinha o caminhão de limpeza pública e ia recolhendo e empilhando os defuntos. [...]
Muitos ainda viviam, mas nem família nem coveiros, ninguém tinha paciência. Ia alguém para o portão gritar para a carroça de lixo: – Aqui tem um, aqui tem um” (RODRIGUES, 1967). A cidade parou. Colégios, quartéis, fábricas, igrejas e boa parte do comércio interromperam suas atividades. Nava descreve a penúria enfrentada até mesmo pela classe média, que assistia apavorada aos “ataques a padarias, armazéns e bodegas por aglomerados de esfaimados e convalescentes esquálidos, roubando e