Gêneros

Introdução
Nossa identidade começa a ser construída antes mesmo de nascermos. Com a expectativa de ser menino ou menina, o enxoval já começa a ser feito de acordo com o sexo, o pai já faz planos, no caso de ser menino, onde idealiza o macho, viril, forte, atleta. Já a mãe pensa na menina como meiga, doce, toda enfeitadinha como uma bonequinha, delicada, comportada. Assim, na infância meninos e meninas desenvolvem uma forte noção das diferentes expectativas sobre como devem se comportar e se relacionar com os outros. A família, a mídia, comunidade e até escola reforçam estas noções por meio de processo de socialização, além da influência de religiões, classe social e etnia. A partir daí homens e mulheres percorrerão caminhos diferentes no que diz respeito à constituição física e psíquica, construção de valores, crenças, hábitos, comportamentos, preferências, imagem corporal, etc.
Podemos observar, fazendo um panorama da realidade social, pontos de vulnerabilidade e potencialidades tanto para os homens quanto para as mulheres. Os homens mantêm-se presos ao valor do lugar de provedor do lar, de ganhar mais dinheiro, de ter força física e ter sua sexualidade intensificada, enquanto que as mulheres mantêm suas identidades com normas do tipo: ter desejo de agradar, ser mais contida sexualmente, exercer tarefas ligadas aos cuidados dos outros e valorizar a maternidade. E quando, algumas pessoas “violam essas regras”, como os homossexuais, profissionais do sexo, mulheres sexualmente ativas, acabam se tornando vítimas de uma sociedade padronizada, que os julga e os condena por suas decisões.
Essa cultura pode gerar vários sofrimentos e causar dores profundas, difíceis de serem revertidas como, por exemplo, a violência sexual, violência doméstica, doenças sexualmente transmissíveis.
É comum gênero ser confundido com sexo, mas é importante esclarecer que sexo refere-se aos atributos e características biológicas que identificam uma pessoa como homem ou mulher, enquanto a