Gênero e História: homens, mulheres e a prática histórica
Introdução: O gênero e o espelho da História
- o livro traz o debate sobre gênero no campo da historiografia ocidental;
- “Confirmamos essas crenças porque confiamos no espelho da história – uma metáfora que tem indicado há muito tempo como os estudiosos no Ocidente imaginam a verdade histórica. Preso ao passado, o espelho supostamente reflete acontecimentos anteriores com mais precisão do que qualquer outro instrumento ou ferramenta, nada mostrando de fantasioso ou irreal. Embora reflita fielmente o passado, o espelho pode também mostrar imagens fugazes e fornecer um sentido de mudança e movimento. O espelho é também um tema relevante para o sujeito racional moderno, cuja auto-análise é o primeiro passo rumo ao entendimento e à construção de uma mentalidade científica sem preconceitos. Como resultado do autoconhecimento e do conhecimento de seus preconceitos e falhas, o historiador está mais bem equipado para analisar os objetos históricos refletidos no espelho.” (p. 15);
- o homem havia sido predominante na história e na História pois os homens é que tinham tempo profissional, meios e plenos direitos políticos o que lhes permitia o estudo da história. Essa história estudada era sobretudo política, o que limitava a história aos nomes de alguns “grandes” homens;
- antes a história escrita pelas mulheres era considerada amadora, elas não possuíam nem associações como os homens historiadores possuíam. Essas “amadoras” muitas vezes escreviam para o mercado, enquanto os homens para suas associações. Esses escritos amadores nos permitem ver o que a população baixa se interessava;
- “Foi no diálogo com a visão amadora mais popular – isto é, com a feminilidade, a vida cotidiana e sua concomitante superficialidade – que a ciência histórica tomou forma como uma questão de importância nacional, como verdade universal sem gênero e, ao mesmo tempo, como uma disciplina