Géneros teatrais nos séc. xvi e xvii - da celestina a calderón de la barca
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Géneros Teatrais nos séc. XVI e XVII - da Celestina a Calderón de la Barca Professora Doutora Zulmira SantosRecorte da capa da obra de TORRES NAHARRO - PROPALLADIA - EDICIÓN FACSIMIL DE LA PRIMERA EDICIÓN DE NÁPOLES DE 1517 (http://www.todocoleccion.net/1936-torres-naharro-propalladia-edicion-facsimil-primera-edicion-napoles-1517~x24345525, última consulta em 2011-02-10)
Do Prohemio de Torres de Naharro à Arte Nuevo de Lope de Vega
António Manuel dos Santos Barros Aluno nº 100726029 Ano Lectivo de 2010/2011
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1. Introdução
As Histórias da Literatura Espanhola costumam estabelecer dois momentos relativamente aos estudos do teatro em Espanha. Antes de Lope de Vega, o teatro prelopesco, e após o Fénix. Assim, o teatro prelopesco diz respeito a toda a produção dramática que se realizou desde os começos do século XVI, ou seja, um teatro mais propriamente renascentista, até à entrada em cena de Lope de Vega. Embora os estudiosos reconheçam a não existência de textos suficientemente numerosos relativamente ao chamado teatro primitivo castelhano, parece haver um consenso que permite afirmar que, depois do silêncio da Idade Média, entre finais do século XV e começos do XVI, três autores, Juan del Encina, Torres Naharro e Gil Vicente, abriram o caminho para um teatro de grande vitalidade.1 A estes nomes também se costuma juntar o de Lucas Fernández, discípulo de Encina. Pontos em comum podem ser encontrados na biografia destes autores. Encina, Torres Naharro e Lucas Fernández estudaram todos na Universidade de Salamanca, sendo por isso também conhecidos pelos “samaltinos”; e todos eles, incluindo aqui o português Gil Vicente, estiveram ligados ao ambiente de corte e foram beneficiários do mecenato dos grandes senhores, que então se praticava na Europa Ocidental. Encina e Torres Naharro iniciam um teatro profano derivado de fontes em boa parte italianas. Só na segunda metade do século XVI, com Lope de Rueda – a quem geralmente se considera como o