Guimaranea
Bernardo Joaquim da Silva Guimarães nasceu em Ouro Preto, Minas Gerais, no dia 15 de agosto de 1825. Quatro anos depois, muda-se com sua família para Uberaba, onde cursou a escola primária. Posteriormente, completa a instrução secundária em Campo Belo e Ouro Preto.
Ingressa na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco em 1847, tardiamente, aos 24 anos. As letras jurídicas não eram a sua vocação, tanto que foi reprovado na prova de conclusão de curso e, para receber o diploma de bacharel, precisou fazer uma “segunda-época”, espécie de recuperação, vindo a receber o título apenas no ano seguinte.
Foi no ambiente acadêmico que Bernardo Guimarães consolidou sua vocação para a literatura. Lá, reuniam-se escritores como José de Alencar e Alvarez de Azevedo, de quem Bernardo se tornou amigo íntimo. Esse ambiente era marcadamente festivo, literário, boêmio e estava grandemente influenciado pelas idéias do romantismo, movimento artístico que se iniciou na Europa e se desenvolvia no Brasil desde 1838, movimento esse que dava vazão aos sentimentos e emoções do indivíduo, à popularização da produção artística e à valorização dos elementos característicos da cultura nacional.
Publicou seu primeiro livro de poesias, “Cantos de solidão”, em 1852, no mesmo ano que recebeu o título de bacharel em Direito. Não teve, entretanto, grande sucesso, pois os poemas eram de caráter satírico e erótico, incompatíveis com o gosto literário da época.
A partir de 1869, Bernardo Guimarães começou a se destacar como escritor de prosa de ficção, com a publicação do romance “O Ermitão de Muquém”, cujo enredo é contado em quatro pousadas por um companheiro de viagem. Três anos depois, publicou duas de suas principais obras: “O seminarista” e “O Garimpeiro”. A consagração e a popularidade do escritor vieram à tona com a publicação do romance “A Escrava Isaura”, em 1875, em meio a efervescente campanha abolicionista.
O escritor é conhecido na nossa literatura como o