guerra dos cem anos
Os conflitos deixaram milhares de mortos em ambos os lados, e uma devastação sem precedentes nos territórios e na produção agrícola francesa.
No início do século XIV, o reino da França, drenado por grandes bacias fluviais e desfrutando de um clima favorável para a agricultura, estava florescendo, com seus 17 milhões de habitantes,2 3 a primeira potência em termos demográficos da Europa. A sociedade agrícola baseia-se em um sistema feudal e religioso muito hierarquizado. A produção agrícola é capaz de alimentar a população (não havia mais fome desde o século XII4 ) e necessita da nobreza para defender a terra.5
O clero desempenha um importante papel social na organização da sociedade. Os clérigos são alfabetizados e têm habilidades na aritmética e gestão das instituições; os religiosos administram organizações de caridade6 e escolas7 onde somando-se com os feriados religiosos, o número de feriados chega a 140 por ano.
No século XII, o rei Henrique II da Inglaterra se casou com Leonor da Aquitânia e, segundo as tradições feudais, tornou-se vassalo do rei da França nos ducados da Aquitânia (Antiga Guiena, Guyenna ou Guyenne) e Gasconha. Desde então, as relações entre os reis da Inglaterra e França foram marcadas por conflitos políticos e militares. Isso culminou na questão da soberania sobre a Gasconha. Pelo Tratado de Paris (1259), Henrique III de Inglaterra abandonara as suas pretensões sobre Normandia, Maine, Anjou, Touraine e Poitou, conservando apenas a Gasconha. Os constantes conflitos vinham pelo fato do rei inglês, que era duque da Gasconha, ressentir-se de ter de pagar pela região aos reis franceses e de os vassalos gascões frequentemente apelarem ao soberano da França contra as decisões tomadas pelas autoridades inglesas na