Guerra decanudos
Para compreendermos a formação do Brasil na perspectiva de Euclides da Cunha é necessário que façamos uma breve análise referente à vida do autor. Este cresce com a mentalidade de ciência e progresso confiantes na implantação do regime republicano e abolição do regime escravista, considerando ainda que o autor viesse de uma formação militar quando os mestres e direção escolar eram obrigatoriamente formados no exterior, acatando mais uma vez, as ordens de Portugal, cujo objetivo principal seria preparar os alunos para os serviços públicos civis.
A imprensa escrita desenvolveu um papel importante por ser na época o único meio de comunicação, através de jornalistas e missões especiais. Para a imprensa nacional a Guerra de Canudos foi um marco, as principais folhas, do Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia, criaram uma coluna especial sempre intitulada Canudos.
A trajetória de vida do beato Antônio Conselheiro enriqueceu de forma significativa o trabalho de Euclides. As características da formação e do caráter do sertanejo viviam à superfície na pessoa daquele que portava o nome de Antônio Vicente Mendes Maciel, o Peregrino.
Este religioso era um homem do povo, falava a língua do povo, dizendo o que eles queriam ouvir, amenizando assim o caos em seu tempo. Com ideais de construir um projeto civilizatório diferente, causou a indignação dos “coronéis” das redondezas. Ele protestava contra a implantação da República e foi brutalmente combatido pelas tropas republicanas.
Sendo ele um monarquista, o Conselheiro mostrou-se disposto a lutar pela restauração do império de Pedro II, pregando que a implantação da República era a manifestação de forças demoníacas e deveria ser estabelecido o império da lei de Deus. Um líder místico que atraiu seguidores