Guerra de Posições
A passagem na qual o conceito de “guerra de posição no terreno político” é formulado da maneira mais expressiva faz referência — da mesma forma quando Gramsci enuncia a concepção de hegemonia — à disputa que havia contraposto Lenin (tática da “frente única”) a Trotski (teoria da “revolução permanente”), a respeito dos modos de desenvolver a luta revolucionária depois do “grande ato metafísico” de Outubro.
Parece-me que Ilitch havia compreendido — afirma Gramsci no caderno 7 — que havia ocorrido uma mudança da guerra manobrada, vitoriosamente aplicada no Oriente em 1917, para a guerra de posição, que era a única possível no Ocidente. [...] No Oriente, o Estado era tudo, a sociedade civil era primitiva e gelatinosa; no Ocidente, havia uma justa relação entre Estado e sociedade civil e, diante dos abalos do Estado, podia-se divisar imediatamente uma robusta estrutura de sociedade civil. O Estado era apenas uma trincheira avançada, por trás da qual se situava uma robusta cadeia de fortalezas e casamatas; isso se podia ver, mais ou menos, de Estado para Estado, mas esta observação exigia um acurado reconhecimento de caráter nacional.
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