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4o Colóquio Marx e Engels – Cemarx/Unicamp 2005
Proposta de Comunicação para o GT 03:
Economia e sociedade no capitalismo contemporâneo
Título:
“Relendo o Americanismo e Fordismo em Gramsci”
Autor:
Geraldo Augusto Pinto
(pós-graduando – doutorado em Sociologia)
1 Tema e objetivos da comunicação
Antonio Gramsci dedicou parte de seus estudos sobre a influência do fenômeno do fordismo sobre o desenvolvimento cultural da sociedade norte-americana, especialmente no que tange às transformações operadas na cultura política do operariado fabril.
Com o clássico texto Americanismo e fordismo, escrito em 1934, Gramsci, buscando compreender a profundidade da estratégia ideológica emergente nos EUA – na época, já uma grande potência capitalista mundial –, procurava ao mesmo tempo esclarecer as lideranças da URSS sobre o perigo de se aplicarem elementos do sistema taylorista/fordista como forma de disciplinar as atividades de trabalho 1 .
Gramsci enxergava no taylorismo/fordismo muito mais do que um conjunto de métodos para organizar racionalmente determinadas atividades laborativas. Ou seja, não se tratava de um simples desenvolvimento tecnológico, mas uma combinação de princípios que coagia, persuadia e cooptava os trabalhadores para além de suas ações no ambiente de trabalho, conformando um modus vivendi útil à sua exploração pelas classes dominantes.
Neste esforço, Gramsci logrou significativa clareza acerca da magnitude da influência da estrutura social, do modo de produção e do estágio da luta de classes, sobre o desenvolvimento das forças produtivas, principalmente no que tange à organização do trabalho, demonstrando, por outro lado, a reciprocidade existente entre todas estas esferas.
Nosso objetivo nesta comunicação será o de retomar alguns pontos da leitura gramsciana do taylorismo/fordismo, observando a abrangência e a profundidade de seus argumentos, para, ao final, demonstrarmos a atualidade do seu olhar crítico no assunto e sua relevância na compreensão dos