"Grécia Clássica e Grécia Helenística: Dualidade entre o Espaço Cívico e o Espaço Religioso”
A Grécia antiga foi essencialmente marcada por dois pensamentos distintos associados a duas épocas: a clássica e a helenística. É durante o dominio de Alexandre, o Grande que se assiste ao momento de transição entre os dois períodos.
Priene é uma cidade caracteristicamente helenística: aplicam-se conceitos de regularidade geométrica a uma cidade inteira, próprios das cidades projectadas por Hipódamo, sempre associado ao período helenístico grego. Do traço hipodámico resulta um plano de urbanização. Plano este que não era considerado no período clássico, em que tudo era construído de forma livre.
A arquitectura clássica grega dá maior importância a Acrópole, e todos os edifícios lá presentes expressam o culto religioso, revelando as estruturas simples e racionais, próprias da arquitetura grega. Atenas é o exemplo disso mesmo. Sendo assim, o sistema urbano clássico, assenta essencialmente em bases religiosas ao contrário do que acontece na cidade helenística de Priene que, como vamos ver a seguir, tem toda a sua centralidade no espaço cívico. Assim, o sistema clássico expressa uma oposição funcional entre actividades cívicas e religiosas. Uma oposição que se sente fisicamente: o alto e o baixo. Enquanto a Acrópole representava a actividade religiosa e estava situada no mais alto ponto da cidade, o Ágora, representando a actividade cívica, estava num ponto mais baixo, concentrando a zona de reunião cívica, como podemos verificar na imagem b1.
Ao comparar o sistema urbano clássico com Priene, que nos apresenta um sistema, de certa forma, mais organizado, nesta cidade helenística, temos o privilégio de ter o espaço cívico e religioso no centro da mesma. Não temos a dualidade física que a cidade clássica nos apresentava e assim, há uma grande diferença no centro religioso. Templos próximos da centralidade urbana caracterizam Priene, apresentada na imagem b2. A Acrópole