Graduante
A capacidade de eloquência e a competência no uso da linguagem sempre foram atributos bastante desenvolvidos e dotados de grande importância na cultura grega. Não à toa, diversos teóricos consideram que a arte da oratória desenvolveu-se quase que intrinsicamente à democracia grega. A necessidade de expor suas opiniões frente a um público, refutar, demonstrar, fez com que tal necessidade, o uso explícito da linguagem, fosse adquirida e desenvolvida.
O próprio Aristóteles afirma, em seu livro a respeito da retórica, sobre a importância da linguagem: “[É absurdo] não saber defender-se pelo domínio da fala e da razão, já que o uso do discurso lógico é mais típico do ser humano do que o uso dos membros”. Assim a considera essencial, de ocupação de grande importância.
Dentre estes domínios da oratória e da fala, está a Retórica, a qual é definida, em um primeiro momento e simplificadamente, por Aristóteles, como “o outro lado da
Dialética”. Tal definição será tratada, de modo aprofundado, posteriormente; por agora falaremos das características usuais da Retórica. Esta é descrita como uma arte que não pertence a uma ciência definida: uma vez que as demais ciências além da presente persuasão, possuem a instrução específica. Já a retórica, é intimamente relacionada, unicamente, com a ideia de gerar persuasão, e portanto, não pertence a um campo específico. Tal arte está ao alcance de todos, tanto sistematicamente quanto espontaneamente, isto é, por meio de estudo ou por prática. Desta forma, é definida como uma arte não no sentido atual da palavra, a qual é bastante abrangente e subjetiva; mas sim como aquilo que pode ser feito habilidosamente, e principalmente, por meio da sua originalidade e maleabilidade, o que confere gênio ao autor; afinal, a retórica em geral é pré-organizada, mas também é de sua natureza conseguir-se adequar aos imprevistos e situações práticas. Por meio de partes desta definição, muitos a