graduado e pós-graduado

CORPO, NATUREZA E CULTURA: CONTRIBUIÇÕES PARA A EDUCAÇÃO

Gomes, Saulo Santos – UESC
GT: Filosofia da Educação
Agência Financiadora: Não contou com financiamento.

A Educação ao se pautar nos pressupostos racionalistas da modernidade, tenta instituir códigos morais que ditam as condutas, reprimindo dessa maneira as possibilidades diversas de expressão do corpo. Estabelece um distanciamento entre a aprendizagem e as experiências sensíveis, fato este explicado pelo desejo de querer um mundo durável de uma razão que quantifica, mede e que considera os sentidos como enganadores (Nietzsche, [...]).
Nesse contexto, a Educação na civilização ocidental ainda recebe fortes influências do pensamento cartesiano, que através de uma visão dualista tem como fundamentos: axiomas matemáticos, ordem e leis da mecânica. O corpo humano, ao ser comparado com a máquina hidráulica, recebe uma educação que o considera apenas em seu aspecto mecânico, sem vontade própria, sem desejos e sem o reconhecimento da intencionalidade do movimento humano, o qual é explicado através da mera reação a estímulos externos, sem qualquer relação com a subjetividade. O pensamento de Descartes, fundado no exercício do controle e no domínio da natureza, influencia a Educação através da racionalização das práticas corporais (Nóbrega, 2000). Ao ter como princípios a utilidade e a eficiência, busca-se a padronização dos corpos e os gestos vão sendo controlados, embasados na racionalidade instrumental. O corpo humano, então, é tido como natural e universal e os aspectos sócio-culturais são desconsiderados.
Desse modo, no intuito de problematizar as oposições inconciliáveis, a proposição dessa reflexão é discutir a construção teórica da relação entre corpo, natureza e cultura através de aproximações epistemológicas entre as Ciências Naturais, Humanas e a Filosofia e apontar contribuições para a Educação.

Corpo, natureza e cultura
Corpo natural ou cultural? Corpo humano ou animal? Corpo