GORENDER, Jacob. A escravidão reabilitada, São Paulo: Editora Ática. 1990.
Por fim, Gorender diz que é de fato indiscutível o conhecimento de Kátia Mattoso sobre a escravidão em Salvador e que as obra tem uma grande importância do que diz respeito ao Sistema Patriarcal, o qual ela reafirma.
A autora ainda é criticada por reiterar a ternura nas relações senhor-escravo. Os escravos apenas eram castigados em caso de inadaptação a sua condição, logo, a fuga era uma inadaptação social e, caso castigado, o escravo mereceria por renegar o mundo tranqüilizador que lhes era oferecido pelo senhor. A autora ainda afirma que a sociedade bahiana tornar-se-ia intolerante após a abolição com a entrada dos ex-escravos no mercado de trabalho. Essa tese foi reforçada mais tarde por João José Reis, que afirmou que os escravos de ganho de Salvador podiam marcar o tempo de trabalho segundo o critério pessoal, logo, não lhes convinha trocar a escravidão pura pela escravidão “assalariada”. A crítica de Jacob Gorender à Silvia Lara é a de que a autora não só nega a coisificação do escravo, pois isso excluiria sua existência como pessoa, como também rejeita que o escravismo se apoiasse na violência. Como resposta, Gorender afirma que a