Goethe em sua viagem à itália
J. W. von Goethe, excerto do diário de Ottilie, As afinidades eletivas, 1809.
Pesquisas em ciências humanas direcionadas à experiência da viagem, seja compreendida pelo mundo dos viajantes, seja de modo restrito ao turismo, têm indicado três principais relações constituintes: com o espaço, com o outro, com o eu (ou em relação a si).1 Este texto retoma essas relações na compreensão das dimensões geral e particular do deslocamento espacial,
Metamorfoses do olhar na viagem de Goethe à Itália
Arley Andriolo
resumo
Este artigo objetiva apresentar a atitude de Goethe em sua Viagem à Itália em relação a uma nova forma de perceber no final do século XVIII, considerando a transformação histórica que elevou o olho em meio aos outros órgãos da percepção. Por outro lado, a situação histórica de Goethe era orientada por um processo particular interior no sentido de desenvolver um método de observação crítico. Ao final, a partir das palavras desse poeta alemão, indica-se a importância da viagem como um movimento através do espaço, do tempo, do outro e de si. Quando ele observava a paisagem, seu campo de percepção mudava e produzia uma experiência estética que lhe apresentava o fenômeno arquetípico (Urphänomen). palavras-chave: Paisagem; percepção; história. abstract
This article aims at introduce Goethe’s attitudes in his Italian Journey in relation with a new form of perception at the end of the 18th century, considering a historical transformation which elevated the eye among the others organs of perception. On the other hand Goethe’s historical situation was oriented by a particular inner process