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A dinâmica do espaço intra-urbano de fortaleza e a formação de “novas centralidades”
Beatriz Helena Nogueira Diogenes1

1. INTRODUÇÃO
A formação de novas áreas de centralidades é um fenômeno que tem ocorrido ultimamente nas grandes cidades brasileiras, configurando como uma das importantes questões metropolitanas recentes. Em Fortaleza, o bairro da Aldeota, localizado na zona leste da cidade, constituiu o primeiro centro surgido além do centro original. Mudanças na forma de usar e ocupar o solo, com o surgimento de novas funções, além da modificação da função habitar, levaram a uma intensa alteração na fisionomia do bairro.
Fortaleza, cidade litorânea de origem colonial, só começa a se desenvolver na segunda metade do século XIX. O sistema viário original, constituído pelas vias (radiais) de penetração para o interior, foi interceptado pela aplicação de uma malha urbana ortogonal, proposto como núcleo gerador em 1813 e ampliado segundo novos planos municipais na segunda metade do século XIX. A ocupação inicial se deu principalmente junto a essas vias radiais, de sorte que o desenvolvimento para o leste se processou de forma lenta por não se tratar de vetor de acesso à cidade.
A ocupação da zona leste de Fortaleza ocorreu quando a população de mais alta renda resolveu deixar o centro à procura de locais mais aprazíveis para morar, e como forma de fugir dos transtornos causados pelo comércio emergente. Forma-se então o bairro da Aldeota, que logo se expande na direção leste, em áreas até então desocupadas, sobretudo a partir dos anos 30, com loteamentos consecutivos, favorecidos pela topografia plana da cidade. De bairro essencialmente residencial unifamiliar, transformou-se nas últimas décadas num novo centro urbano, elitizado e diferenciado no contexto da cidade.
Este trabalho tem como objetivo, portanto, a análise do processo da formação e do desenvolvimento dessa centralidade. Trata-se de uma hipótese sobre a reestruturação intraurbana