Getúlio: uma memória em disputa.
FERREIRA, Marieta de Moraes. Getúlio: uma memória em disputa. Rio de Janeiro:
CPDOC, 2006. 16f.
O presente artigo tem por finalidade analisar a “explosão” de informações acerca da memória relacionada a Vargas pela imprensa brasileira no ano de 2004, ano que se completou 50 anos de sua morte. Perpassando por todas as ações semelhantes a esta desde 1964. Bem como, a memória sobre a Era Vargas vai sendo apropriada em cada uma dessas datas das mais variadas maneiras.
A referida análise foi estruturada em 6 sub-tópicos, cada um dos tópicos tratando especificamente de uma década aproximadamente, distribuídos em 14 páginas com temas bem definidos e indispensáveis para a compreensão da finalidade proposta.
Ferreira, em seu artigo, enfatiza 50 anos da história nacional, com foco nas comemorações do suicídio de Vargas e como o fato foi abordado de diferentes formas á medida do contexto histórico vigente. Iniciando sua análise engendrando uma breve retrospectiva da história do ex presidente Getúlio Vargas, inicia sua análise no ano de 1964. Em 1964, quando completava 10 anos desde a morte de Vargas, em um contexto de Ditadura Militar, as comemorações se mostraram sutis e ambíguas, tendo em vista que não seria interessante naquele momento ressaltar uma memória positiva do ex líder. O que se mostrou foram efêmeras referencias ao decênio de sua morte, tentando sobre maneira distanciar a figura de Vargas do ideário popular para evitar uma possível revitalização da sua memória e o fortalecimento político de seus “herdeiros”. Ainda sob domínio da ditadura militar, novas lembranças acerca da Era Vargista foi trazida novamente a tona em 1974, ano que completara 20 anos desde o suicídio de Getúlio, houveram três modos de apropriação da memória de Vargas: a do regime, que filtrava os conteúdos estatistas e os usava a seu favor, a dos populares, fragmentada num culto à carta-testamento, e a da oposição, que utilizava a imagem ditatorial de Vargas para espelhar a