Gestão escolar: uma questão paradgmática
Lina, uma criança exemplar! Friedrich Froebel e a pedagogia dos jardins-de-infância
Alessandra Arce
Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação
Introdução Friedrich Froebel, filho do pastor luterano Johann J. Froebel e de Jakobine E. Hoffman, nasceu aos 21 dias de abril em 1782, na vila de Oberweissbach, no principado de Schwarzburg-Rudolstadt, região sudeste da Alemanha, e viveu até o ano de 1852. Parte de sua vida transcorreu, portanto, durante o período histórico caracterizado por Eric Hobsbawm (1996) como “A Era das Revoluções” (1789-1848), época da história européia marcada por guerras e revoluções, tais como a Revolução Francesa, a Revolução Industrial, as Guerras Napoleônicas e, finalmente, encerrando o período, as Revoluções de 1848. A “Era das Revoluções” foi também a “Era das Contra-Revoluções”: a burguesia precisava ser revolucionária ao lutar contra o feudalismo, mas precisava ser contra-revolucionária, conservadora, ao lutar contra o proletariado e os camponeses. Esse período da história ocidental foi, portanto, marcado por profundas contradições, por uma complexa correlação de forças de luta, por uma grande heterogeneidade quanto aos avanços e aos retrocessos nos campos econômico, político e socioculRevista Brasileira de Educação
tural. Nesse contexto se situa uma problemática importante para a análise que apresentaremos neste texto: trata-se do processo de separação alienante entre o público e o privado. Pode-se ter uma idéia da gênese desse processo pelas informações apresentadas por Perrot (1991) em seus estudos. A separação entre o público e o privado configurou-se de várias formas, sendo uma delas a nítida demarcação de papéis para o homem (vida pública) e para a mulher (vida privada). A valorização da família, agora nuclear, desempenhou importante papel neste processo: a burguesia encontrou nesta organização privada uma forma de vencer os títulos e a hierarquia dos nobres, elegendo a mulher