Gestão Curricular em Matemática
João Pedro da Ponte
Grupo de Investigação DIF
Centro de Investigação em Educação e Departamento de Educação
Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa jponte@fc.ul.pt Resumo. A gestão curricular realizada pelo professor implica uma (re)construção do currículo, tendo em conta os seus alunos e as suas condições de trabalho. Esta gestão curricular assenta, de modo central, em dois elementos. Um deles é a criação de tarefas, a partir das quais os alunos se possam envolver em actividades matematicamente ricas e produtivas. As tarefas podem ser de muitos tipos, umas mais desafiantes outras mais acessíveis, umas mais abertas outras mais fechadas, umas referentes a contextos da realidade outras formuladas em termos puramente matemáticos. Este artigo analisa a diversidade de tarefas que o professor de Matemática pode propor aos seus alunos, dando especial atenção aos problemas, exercícios, investigações, actividades de exploração e projectos. O outro elemento central da gestão curricular é a estratégia posta em prática pelo professor. Uma estratégia de ensino envolve usualmente diferentes tipos de tarefa, articuladas entre si. Um único tipo de tarefa dificilmente atingirá todos os objectivos curriculares valorizados pelo professor. Por isso, usualmente ele procura variar as tarefas, escolhendo-as em função dos acontecimentos e da resposta que vai obtendo dos alunos. O artigo aborda também a questão das estratégias de ensino, dando especial atenção a um dos níveis fundamentais deste processo – a planificação de unidades didácticas. Neste ponto, propõe uma distinção entre duas estratégias fundamentais, o ensino directo e o ensino-aprendizagem exploratório, procurando salientar os seus aspectos mais contrastantes. Analisa, igualmente, os diversos factores que influenciam a planificação de unidades didácticas e o modo como se processa a gestão curricular ao nível da sala de aula.
Palavras-chave. Gestão curricular,