Gestão ambiental
A gestão ambiental não é um conceito novo nem mesmo uma necessidade nova. O homem sempre teve de interagir responsavelmente com o meio ambiente. Nos casos em que tal não ocorreu, o homem teve de enfrentar as consequências nefastas da sua actuação. A acumulação indiscriminada de resíduos que se verificou na Idade Média, com a consequente poluição da água e do ar, resultou em gravíssimos problemas de saúde pública. A industrialização veio agravar este problema ao contribuir de forma bastante acentuada para a poluição do meio ambiente. Desde a 1.ª Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente Humano (Conferência de Estocolmo) em 1972, o ambiente, e especialmente a relação entre ambiente e empresas, transformou-se num tema cada vez mais importante de política pública e de estratégia de negócios. Como resultado directo desta conferência, foi criado o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento. Praticamente em simultâneo com a Conferência de Estocolmo, grande parte dos países industrializados criou ministérios, secretarias e agências ambientais. A Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente publicou em 1987 um relatório intitulado Our Common Future, também conhecido por Relatório Brundtland, nome da então primeira-ministra da Noruega e presidente da Comissão. Este relatório é um marco na história da gestão ambiental, consagrando o conceito de desenvolvimento sustentável e estabelecendo com muita clareza o importante papel que as empresas devem ter na gestão ambiental. Este relatório foi também o principal responsável pela agenda da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento que teve lugar no Rio de Janeiro em 1992 e que ficou, por isso, conhecida por Cimeira do Rio. Nesta conferência foi reconhecida a importância da gestão ambiental a nível intergovernamental. Até ao final da década de oitenta e início da década de noventa, a gestão ambiental era em grande parte tratada