Geografia econômica
No capítulo 17, A compressão do tempo-espaço e a condição pós-moderna, o autor parte de um questionamento onde estabelece relações entre a passagem do fordismo para a acumulação flexível e sua interferência nos usos e significados do espaço e do tempo.
Harvey aponta a crise do início dos anos setenta como um período de transição de um padrão de acumulação capitalista rígido (o fordismo e suas forças produtivas) aos novos modos de acumulação do capital (a “acumulação flexível”). Explora a ligação com as novas práticas e formas culturais, considerando: a contribuição das novas tecnologias, o surgimento de uma prática de descartabilidade das coisas, o papel do consumo, da moda e a manipulação de opinião e gosto, a partir da construção de novos sistemas de signos e imagens. O autor tece uma rede de ligações entre estas mudanças ocorridas, o modo como tais trocas se deram e a diversificação dos valores de uma sociedade que, para Harvey, se encontra em vias de fragmentação.
O autor escreveu esta obra para investigar mais profundamente a natureza da pósmodernidade, que se acredita ter surgido para substituir dogmas e verdades absolutas advindos da modernidade, como a crença na linearidade histórica rumo ao progresso. São propostos, então, novos valores, menos fechados e categorizantes. Harvey acredita que o fordismo (padrão de acumulação capitalista rígido) é relacionado com a idéia de modernidade, enquanto a acumulação flexível (globalização) já faria parte da pós-modernidade. No capítulo aqui sintetizado e analisado, “A compressão do tempoespaço e a condição pós-moderna”, ele procura debater e tornar evidente, também, a relação do indivíduo com uma nova significação do tempo e espaço, trazendo à tona a dialética de lugar versus espaço, presente versus passado.
A vida pós-moderna