Gelo e calor no tratamento de lesões
Desde a Antiguidade o uso tópico do gelo ou calor no local de uma lesão dos músculos, tendões ou articulações, tem sido um coadjuvante no tratamento da dor. Apesar de ambos terem efeito sobre a dor, seus mecanismos de ação sobre os nossos tecidos, fluxo sanguíneo, edema e processo inflamatório são opostos, e por essa razão devemos saber como se comportam, do ponto de vista fisiológico, essas duas modalidades de terapia. A Crioterapia é definida como a aplicação de substâncias capazes de retirar calor do corpo e assim reduzir a temperatura tecidual, o fluxo sanguíneo, a utilização de oxigênio, a inflamação, o edema e o espasmo muscular. O uso do gelo pode reduzir a temperatura até uma profundidade de 2 a 4 cm, e a conseqüência é um aumento do limiar de dor, em outras palavras, o estímulo para causar dor deverá ser maior, como se houvesse uma anestesia local. A Termoterapia é a aplicação de alguma substância que adiciona calor ao corpo, e assim aumenta a sua temperatura tecidual. Assim como a Crioterapia, esta modalidade provoca redução da dor e relaxamento muscular. Porém, seus efeitos estão associados ao aumento da temperatura tecidual, do fluxo sanguíneo, do metabolismo e aumento da flexibilidade dos tecidos conectivos. Um aumento de 1°C na temperatura tecidual é associado a um aumento de 10 a 15% no metabolismo local, e esse processo facilitará a entrada de nutrientes e oxigênio, necessários para a recuperação de uma lesão. A Terapia de Contraste é o tratamento que alterna a crioterapia e a termoterapia, e estudos demonstram que esse tipo de técnica não tem efeito sobre a temperatura dos músculos. O tratamento com apenas um tipo de agente físico é mais eficiente, quando comparado ao contraste.
Podemos estar utilizando os benefícios de ambas as terapias, porém com os devidos cuidados e precauções. Para tal, é de fundamental importância a participação de um profissional qualificado para que o