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A crise na Ucrânia: causalidades globais, regionais e inter-regionais de uma crise (quase nada) doméstica, por Bruno Hendler
26/02/2014 POR EQUIPE DE COLABORADORES 0 COMENTÁRIOS

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Apesar da recente escalada de violência na Ucrânia, que resultou na morte de dezenas de pessoas e na destituição do presidente Viktor Yanukovich, não se pode dizer que a onda de manifestações na Praça Maidan é um fenômeno inesperado. Ao invés de apontar possíveis cenários para o desfecho da crise ucraniana, pretende-se lançar luz sobre as causas deste processo por meio do método desenvolvido por Barry Buzan e Ole Waever (2003), separando as variáveis de acordo com os níveis de análise: doméstico, regional, inter-regional e global.
Ao dividir o mundo em Complexos Regionais de Segurança (CRS), os autores afirmam que, à exceção das grandes potências, os demais países do mundo percebem as ameaças a sua segurança a partir da região em que estão inseridos. Tal tendência teria se intensificado com o fim da bipolaridade da Guerra Fria e com a emergência de temas não tradicionais na esfera da segurança, como meio-ambiente, identidades sociais e relações econômicas.
Um CRS pode ser definido quando os processos de securitização e desecuritização de um grupo específico de agentes estão tão interligados que seus problemas de segurança não podem ser interpretados ou resolvidos de forma separada (2003, p. 44). Em outras palavras, tem-se um CRS quando os dilemas de segurança de uma determinada região são característicos e peculiares aos Estados e aos outros agentes que a compõem.
A partir desse marco teórico, propõe-se a seguinte hipótese: um fator inter-regional (a possível cooperação econômica da Ucrânia com a UE), combinado a um fator regional (o ressurgimento geopolítico da Rússia de Putin), fez emergir ameaças latentes, desde o final da Guerra Fria, no nível doméstico da Ucrânia. Logo, para se compreender este fenômeno, é preciso explorar suas causas.
De acordo

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