Funcionalismo
Ferreira, A.A.L. & Gutman, G. (2005). O funcionalismo em seus primórdios: a psicologia a serviço da adaptação. In: A.M. Jacó-Vilela, A.A.L. Ferreira & F.T. Portugal (Orgs.). História da Psicologia: rumos e percursos. Rio de Janeiro: NAU. Capítulo 7 (p. 139 - 158).
Funcionalismo tomou forma num período de transformação e disseminou-se principalmente nos Estados Unidos, que estava uma fase intensa de modernização que demandava novos ajustes no que diz respeito ao controle dos indivíduos. Classificação, seleção e ajustamento aos novos contextos, eram essenciais para adaptar-se ao novo momento vivido pela sociedade. Neste período a psicologia passa a ter um papel ativo, que com a ajuda do darwinismo passa a interessar-se também pela adaptação, evolução a variações das atividades mentais.
Com a psicologia ganhando destaque, alguns psicólogos começam a evidenciar-se. William James foi um deles. Ele trouxe novos conceitos que chegaram de forma um pouco “radical” e em alguns momentos não tão claros – quando baseados em teorias que antecedem funcionalismo. Por exemplo, a “novidade” em estudar processos naturais como a evolução e adaptação dos organismos.
Essa postura de abertura – relacionando introspeção e experimentação - chega a ser alvo de críticas principalmente por estruturalistas. Afirmavam que isso não tinha nada de psicologia, pois ia além da análise introspectiva. Mas na verdade o objetivo dos funcionalistas era incluir mecanismos práticos e de aplicabilidade.
A questão é que apesar do objetivo funcionalista ser a aplicabilidade prática, ele deixa escapar uma visão ambígua quanto a este interesse central. Inclusive, Dewey (1940) ressalta que a psicologia dos Princípios de James ainda não é plenamente funcional. Isso nos dar uma clara abertura a indagarmos até que ponto esse novo método é realmente funcional.