Criança e Infância: Breve história
A criança no decorrer da história, a criança foi vista de diferentes formas e conseguintemente, os conceitos referentes à mesma também se modificaram. O mesmo ocorreu com as propostas de educação e cuidado destinados à infância. É bastante recente, na história da humanidade, a preocupação com esta fase da vida, assim como o seu estudo. Na educação grega do período clássico, a infância referia-se a seres com tendências selvagens, necessitando serem dominadas pela razão e pelo bem ético e político. Segundo Rappaport (1981), neste período, a educação da criança era exclusividade de sua família e o aprendizado era feito a partir da observação do comportamento dos adultos, não havendo, portanto, diferença entre estes e nem mesmo uma educação em escolas formais.
No período medieval, esta passa a ser entendida como a evidência da natureza pecadora do homem, tendo em vista que a razão, reflexo da luz divina, não poderia se manifestar na criança, sobretudo nas de baixo nível sócio-econômico (OLIVEIRA, 2002).
Nas classes sociais mais privilegiadas, Oliveira aponta que, contraditoriamente:
[...] as crianças eram geralmente vistas como objeto divino, misterioso, cuja transformação em adulto também se fazia pela direta imersão no ambiente doméstico. Nesses casos, paparicos superficiais eram reservados à criança, mas sem considerar a existência de uma identidade pessoal. (OLIVEIRA, 2002, p. 58)
Durante esse período, as crianças pequenas, logo após o desmame, superado o período de dependência de outros para ter atendidas suas necessidades físicas, passavam a ajudar os adultos nas atividades cotidianas, onde aprendiam o básico para sua integração no meio social.
Não havia uma consciência da particularidade infantil e não se afirmava, necessariamente, o afeto dos pais pelos filhos. De acordo com Radino (2003, p. 64): “um acidente muito comum era a morte de crianças asfixiadas quando dormiam junto com seus pais.