Fuckault
591 palavras
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A obra de Michel Foucault apresenta a evolução histórica da arte e da técnica de punição adotada pelos povos ocidentais, ao longo de sua história. Suscita ainda debates importantes acerca dessas mudanças, através de um enfoque político-econômico das razões que levaram a uma breve e total transformação do sistema punitivo no século XIX. Segundo o próprio Foucault, o objetivo é de revelar “uma história correlativa da alma moderna e de um novo poder de julgar, uma genealogia do atual complexo científico-judiciário onde o poder de punir se apóia, recebe suas justificações e suas regras, estende seus efeitos” e marca “sua exorbitante singularidade” (Foucault 2004). Apresentaremos um pequeno resumo dessa obra, bem como buscaremos estabelecer críticas que se façam relevantes e necessárias. Sabemos de antemão que a riqueza dessa obra dificilmente poderia ser reproduzida de forma tão sucinta, reconhecendo, portanto, que muitos elementos importantes que a permeiam terão de ser postos de lado para que possamos manter a elaboração desse texto em um tamanho razoável a uma rápida leitura.2. Suplício
2.1 O Corpo dos Condenados
Logo de início, na obra de Foucault, somos confrontados com dois exemplos de punição adotados em diferentes épocas. No primeiro deles, o suplício, o condenado Damiens é submetido à execução através de toda uma série de sofrimentos físicos, meticulosamente calculados para potencializar e perdurar ao infinito tal punição em seu corpo. Apenas a título de ilustração, entre as diversas técnicas utilizadas podemos citar o chumbo derretido, o óleo fervente e o piche em brasa. Em seguida, é apresentado o regulamento de uma casa de detenção em Paris, onde vigora uma visão bem diversa da primeira. São definidos horários rígidos para a consecução de diversas atividades, em disciplina estrita.
Dessa introdução questiona-se o que motivou o desaparecimento dos suplícios em período tão curto. Entre o fim do espetáculo punitivo e a silenciosa detenção, perpassam