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Embora houvesse diferenças entre eles, as relações entre as metrópoles ibéricas e suas colónias americanas seguiam mais ou menos a mesma forma de funcionamento: as colónias deveriam produzir mercadorias rentáveis no mercado europeu (principalmente géneros agrícolas tropicais e metais preciosos) que seriam exportados para a metrópole e de lá reexportados para outros países; as colónias não poderiam fabricar produtos manufacturados, tendo que comprá-los da metrópole.
Embora Portugal e Espanha utilizassem vários métodos para controlar essas relações, nunca conseguiram garantir o comércio colonial apenas para si. Muitos produtos eram manufacturados nas colónias, mesmo que clandestinamente; era muito intenso o contrabando, tanto de mercadorias europeias quanto de metais preciosos (ouro e prata).
Aqueles dois países, não tendo desenvolvido indústrias, eram obrigados a se abastecer em países mais fortes economicamente, como a Inglaterra e a França, tornando-se dependentes deles.
Além disso, os incentivos dados ao incremento da produção de géneros tropicais e de metais preciosos e ao comércio, acabaram promovendo um certo crescimento económico das áreas coloniais, fazendo com que, pouco a pouco, as elites coloniais começassem a perceber a necessidade de se separarem das metrópoles.
As relações entre os países ibéricos e suas colónias envolviam também outras nações europeias. Por isso, os acontecimentos que atingiam os países europeus acabavam tendo repercussões nas colónias espanholas e também no Brasil. Assim, as transformações sociais e económicas pelas quais passava a Europa no início do século XIX, bem como os conflitos daquele continente afectaram a vida dos domínios espanhóis e portugueses na América,