Frevo Capoeira E Passo 1942 Valdemar De Oliveira Resumo
Valdemar de Oliveira, 1942
Em 1901, vinha chegando de Pau d'alho, Zuzinha, hoje capitão José Lourenço da Silva, mestre da banda da Força Policial de Pernambuco. Tomou a batuta da banda do 40° de
Infantaria. Ele, e mais Juvenal Brasil, do Lenhadores, e Manuel Guimarães, do
Vassourinhas, é que começaram a dar forma ao frevo. Já o Carnaval botava na rua grandes clubes pedestres — os Caiadores, os Lenhadores, as Pás, os Empalhadores do
Feitosa...
Por esse tempo, a introdução do frevo ainda era calma. O povo se mexia pouco. Talvez, porque nesse tempo, a polícia tivesse começado a campanha contra os capoeiras, mandando Valdevino, João de Totó e Jovino dos Coelhos para a detenção, outros para
Fernando de Noronha, outros, diretamente, para o necrotério.
Pouco a pouco, as introduções foram tomando o seu caráter violento, impetuoso, desabrido. O povo se foi expandindo, deixando de cantar, tomando gosto na coreografia, firmando os passos. Chegou, o frevo, ao que hoje é, sem muita diferença com o que era há dez ou quinze anos passados.
COMPOSITORES DE FREVOS
Os compositores de frevo pertenceram, e ainda pertencem, a uma classe especial, à parte dos que se dedicam à valsa e ao samba. Gente que nunca foi de salão ou de teatro, nunca se misturou com os outros, só ocupada em sua postura anual: mestres de banda —
Zuzinha, Juvenal, contra-mestres — Zeferino Bandeira, José Aniceto (Casaquinha), músicos de banda — Antônio Silva (Sapateiro), Levino Ferreira, bons pistonistas —
Carnera, Plácido de Sousa, um ou outro mal-assombrado — Edgar Morais, Ulisses de
Aquino. Sem a bossa, ninguém se aventura a escrever frevo, no Recife. Alfredo Gama,
Manuel Machado, José Ribas, Luís Figueiredo, Sérgio Sobreira, Rinaldo Silva, compositores de famosas “valsas pernambucanas”, de muito pas-de-quatre e muita cançoneta bonita do Recife dos primeiros lustros do século XX, nunca se meteram com o frevo, nunca. Os que tentaram, fracassaram. Outros abordaram o que se convencionou